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Mulheres na AGU dão exemplo de atuação afirmativa






A Advocacia-Geral da União (AGU) conta com 4.482 mulheres no seu quadro de pessoal, entre advogadas públicas, profissionais com cargo de confiança, requisitadas de outros órgãos e estagiárias, em todo o país. As funcionárias terceirizadas, só nas unidades de Brasília (DF), são 74.

Esse elevado número representa uma árdua conquista de espaço no mundo do trabalho que, até 100 anos atrás, era dominado por homens. Hoje, na AGU, elas são quase metade do pessoal: 47,9%.

O dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é uma celebração da luta para diminuir o preconceito de gênero e a desvalorização da mulher. Mas, apesar de muitas histórias positivas, ainda há mulheres que sofrem violência doméstica, desvantagens na carreira profissional e jornada excessiva de trabalho.

Na AGU, existem vários exemplos positivos de conquista feminina. 

Jacira Melo de Jesus, recepcionista, está há cinco anos na AGU. Assim que chegou de Governador Mangabeira (BA), encontrou o trabalho na instituição. "No início, recebia reclamações, falavam que não sabíamos passar recado, tratar bem as pessoas", contou. Hoje, ela se diz adaptada à função. Fez um curso de secretariado na Escola da AGU, há dois anos.

"A única coisa que eu melhoraria aqui é a estrutura física da recepção, que poderia ser melhor", comentou ela. Além disso, ela gostaria de fazer o curso que a Ouvidoria-Geral e as associações das carreiras jurídicas oferecerão para os servidores e funcionários da AGU se prepararem para concursos públicos.

Vanessa Torres Ferrari assumiu o cargo de administradora após aprovação no último concurso. Ela tinha expectativa de aprender a trabalhar na área de orçamento, mas acabou não se adaptando e foi para a Assessoria de Comunicação. 

Atualmente, ela é responsável pela área de contratos. "O novo desafio acabou me levando a colocar em prática alguns conhecimentos aprendidos na faculdade, como contratos administrativos e os princípios da administração pública", contou. 

Ela está satisfeita e brinca que está quase fazendo jornalismo. "Acho interessante o trabalho cotidiano de pegar as decisões jurídicas e transformar em textos acessíveis para todos, porque assim as pessoas podem ter mais conhecimento do quê efetivamente a AGU faz. Isso valoriza o nosso trabalho", disse ela. 

Vanessa afirmou que nunca teve dificuldades de gênero no trabalho. "Acredito que o serviço público está totalmente aberto para as mulheres, depende de cada uma", afirmou. 

Ela lembrou que, infelizmente, o gênero feminino ainda é mais sobrecarregado do que o masculino, por ser cobrado a assumir a responsabilidade pela casa e pelos filhos, além do trabalho. "A mulher tem que se virar em 1.000, mas ela dá conta".

Hebe Teixeira Romano Pereira, chefe de Gabinete do Advogado-Geral da União, ministro José Antonio Dias Toffoli, contou que nunca foi discriminada no trabalho, ao contrário, sempre foi prestigiada. "Inclusive em lugares onde eu era a única mulher, nunca sofri interferência nas minhas realizações profissionais", ressaltou.

Ela afirmou que, sem dúvida, houve uma evolução da postura da mulher na sociedade, o que se refletiu nas leis brasileiras. "A mulher, de certa forma, deve se impor, se valorizar. Não pode ser colocar como fraca ou oprimida, isso faz com que ela se desvalorize", ensinou.

Hebe Teixeira é concursada há 25 anos como assistente jurídica. Está há dois anos na AGU. Antes, foi por duas vezes chefe de gabinete da Secretaria Executiva do Ministério da Justiça; conselheira do CADE; Secretária de Direito Econômico; e Coordenadora-Geral de Imigração no Ministério do Trabalho e Emprego. 

Para mulheres em início de carreira, ela aconselha: seja forte, prepare-se e estude muito para se auto-determinar. 

Para Grace Maria Fernandes Mendonça, Secretária-Geral de Contencioso, a mulher tem muito a contribuir com o desenvolvimento da sociedade brasileira. "Temos espaço no mercado de trabalho em todas as áreas", disse. Ela foi a primeira mulher a fazer uma sustentação oral no Supremo Tribunal Federal (STF) pela AGU.

"Entendo que uma carreira profissional bem-sucedida é resultado de dedicação, esforço e constante aperfeiçoamento profissional. Também é importante cuidar das relações pessoais no ambiente de trabalho, no intuito de incentivar e estabelecer a harmonia e a amizade entre todos que compõem a equipe". 

O conselho que ela daria a uma jovem em início de carreira é: "reconhecer que o aprendizado deve ser constante e envolver no processo de trabalho os valores inerentes à essência humana, como a solidariedade, a compreensão, o diálogo, o zelo, entre tantos outros". 

Palestras

A Escola da Advocacia-Geral da União (EAGU) promove palestras pelo Dia Internacional da Mulher. Além de ser uma homenagem às mulheres, as palestras têm como objetivo informar sobre os direitos sociais e políticos femininos obtidos ao longo do tempo e incentivar a prática da qualidade de vida, como o gerenciamento de stress.

A primeira palestra será ministrada pela mestre em Psicologia Margarida Flora Silva Gonçalves e terá início às 10 da manhã, da segunda-feira (09/03). Em seguida, a advogada e ouvidora da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Ana Paula Schwelm Gonçalves, conduzirá outra apresentação.

As palestras estão abertas para advogadas e advogados da União, procuradores federais e da Fazenda Nacional, servidores da AGU e de órgãos parceiros conveniados. O local é o auditório da EAGU, que fica no Setor Bancário Norte, quadra 01, Edifício Palácio do Desenvolvimento, 4º andar, Brasília (DF). As inscrições estão abertas até esta sexta-feira (06/03), no site da Escola.

História

A data remete a um episódio ocorrido em 1857, quando operárias de uma fábrica de tecidos fizeram uma grande greve na fábrica em Nova Iorque, onde trabalhavam, para reivindicar melhores condições de trabalho. Precisavam de redução na carga de trabalho, de 12 para 10 horas por dia; equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. 

A manifestação foi reprimida com violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 delas morreram carbonizadas.

Porém, somente em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, foi decidido que o dia 8 de março seria o Dia Internacional da Mulher, em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Ao longo dos anos, diversas conquistas e manifestações femininas trouxeram direitos para todas as mulheres do mundo. No Brasil, em fevereiro de 1932, foi instituído o voto feminino e o direito à candidatura para cargos no executivo e legislativo.

Fonte/Autor: Portal da AGU.




    

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