27 anos! Mais de um quarto de século!
L e m b r o - m e bem de uma cena: estávamos com o jornal Correio Braziliense nas mãos quando o Procurador-Geral à época, Dr. Francisco Adalberto da Nóbrega, perguntou porque estávamos tão aborrecidos. Dissemos: “Olha esta notícia. Estamos próximos à isenção na tabela do imposto de renda”. Depois de sermos por anos os “Príncipes da República”, vimos nosso salário ser achatado vergonhosamente. Chamou-nos ele às falas: por que vocês não se unem? Não adianta vozes soltas reclamando, vocês precisam de uma associação, forte, para defender suas bandeiras.
E foi assim, com o auxílio desse ilustre anppreviano honorário, que nossa colega Meire Monteiro ousou criar a Anpprev. Concretizada, logo arregimentou a categoria em torno dos ideais que desde então nortearam a Associação. E conseguimos respeito e novamente termos salários compatíveis com a importância do trabalho que desenvolvemos.
Logo fizemos o primeiro congresso, em Caldas Novas, Goiás. Em 15 dias organizamos o evento, com presença expressiva dos associados de todo Brasil. E, no meio das palestras, o imprevisto aconteceu: acabou a energia elétrica no resort. O calor comum à região era intenso. O ar condicionado, claro, inoperante. E ninguém saiu do auditório. Queríamos ouvir e sermos ouvidos. O então presidente do INSS, Cesar Gasparin, presidente da Anfip, disse ao microfone que nunca tinha presenciado um tal interesse de uma categoria nos destinos do órgão e da carreira. Foi, realmente, impressionante.
Então, colegas, se estamos hoje, como os demais servidores públicos, vendo nossas prerrogativas e conquistas ameaçadas, vamos à luta! Somos importantes para o Estado. E nós, os aposentados, sabemos quanto suor foi preciso para vermos implantadas a AGU, a PGF, a modernização das procuradorias. Ainda há vida depois da aposentadoria: não vamos ficar inertes, descansando sobre os louros.
Nesses 27 anos contamos, sempre, com o apoio da Anpprev, que ao longo dos quais se fez respeitada, abrindo portas dos gabinetes institucionais, levando nossos pleitos às autoridades. Vamos dar a contrapartida: nos engajarmos nas campanhas (como agora, contra a Reforma da Previdência, no que ela tem de perniciosa), sempre que para isto convocados.
Mas, como já dito, ninguém entra em um mesmo rio uma segunda vez, pois quando isso acontece já não se é o mesmo, assim como as águas já serão outras. Tudo mudou ao longo desses anos. Nós, a administração pública, a Anpprev. Nada é permanente, exceto a mudança.
E o jornal já distribuído pela atual diretoria mostrou as conquistas feitas, no campo das parcerias institucionais, na representação da categoria, nos convênios firmados. Temos procurado ficar à altura das gestões anteriores, nos que elas tiveram de melhor, mas trazendo nosso jeito de ser diferente, cumprindo as promessas de campanha.
Esta gestão, onde alguns componentes são anpprevianos de primeira hora, vem demonstrando domínio e conhecimento dos problemas que atingem os associados. O caminho buscado do equilíbrio e da satisfação coletiva está sendo traçado com idealismo e mentes sintonizadas.
Sempre haverá aqueles descontentes. Há apenas uma forma de evitar críticas: não fazer nada, não dizer nada, não ser nada. E a omissão não é uma característica desta gestão. Confiamos em que, juntos com os associados, poderemos alcançar ainda muitas vitórias.
Parabéns à Anpprev e todos os Anpprevianos! Vida longa à Anpprev!
Fonte/Autor: Vera Sarmet