Correio Braziliense
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou na quarta-feira, 2 de junho, a criação da comissão mista que discutirá o mérito da reforma administrativa (PEC nº 32/2020). A matéria já teve sua admissibilidade aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara.
Já o bloco formado por PDT, Podemos, Solidariedade, PCdoB, Patriota, Cidadania, Pros, Avante, PV e DC terá sete membros titulares na Comissão. Outras seis vagas serão ocupadas pelo bloco de PT, PSB, PSol e Rede. A última vaga será do Novo.
O presidente da Câmara disse, ainda, que, se a PEC for aprovada, garantirá um “modelo mais moderno para o sistema público brasileiro, que vise, tão somente, o melhoramento do serviço público em prol do cidadão”.
Pacheco chegou a dizer recentemente, em um evento ao lado de Lira, que não sabia se o governo estava comprometido com a reforma administrativa. Também disse que é preciso parar de demonizar funcionários públicos e dar foco à questão da produtividade, diminuindo o tamanho do Estado. Ele foi contraditado pelo presidente da Câmara, que afirmou confiar no interesse do governo em aprovar a matéria.
A proposta
O texto da reforma administrativa foi apresentado pelo governo federal em 2020 e afeta apenas os novos servidores da administração pública. Ele altera, entre outras coisas, regras de estabilidade, estabelecendo vínculo de experiência e avaliação de produtividade. Parlamentares de oposição consideram a medida como um ataque aos direitos dos servidores e tentam barrar a tramitação da proposta.
Entre os que defendem a reforma, há quem considere o texto “fraco”, por não contemplar integrantes do Poder Judiciário e do Legislativo, nem militares. No parecer do relator da matéria na CCJ, deputado Darci de Matos (PSD-SC), alguns trechos foram suprimidos, como a proibição de exercício de qualquer atividade remuneratória além do cargo público; e a possibilidade de alteração da estrutura de órgãos públicos via decreto presidencial.
Por se tratar de uma emenda constitucional, a matéria, depois da comissão especial, deve passar por dois turnos de votação nos plenários da Câmara e do Senado.