O projeto do deputado Pepe Vargas (PT) não tem apoio das centrais sindicais e da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap). Entidades ligadas aos trabalhadores alertam que a perda para o contribuinte com a aplicação do fator previdenciário chegariam a 40% do valor do benefício.
O diretor da Cobap Antonio Santo Grass avisa que os aposentados irão às ruas em defesa de uma iniciativa distinta, do senador Paulo Paim, também petista e gaúcho. Em abril do ano passado, à revelia do governo e com votos da oposição, Paim conseguiu aprovar no Senado um projeto que simplesmente acaba com o fator.
– Não vamos abrir mão. Garantir o benefício para o aposentado é bom para o país, faz a economia girar – argumenta Grass.
O ministro da Previdência, José Pimentel, alega que a extinção do fator é inaceitável porque provocaria aumento da carga tributária para assegurar a ampliação dos pagamentos. Em um jantar com líderes das centrais sindicais, no final do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou, segundo interlocutores que participaram da reunião:
– Se o Congresso aprovar o projeto do fim do fator do jeito que está, eu veto.