Condsef/Fenadsef
O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a provocar indignaçao entre os servidores mostrando todo seu desrespeito ao trabalho da categoria durante a pandemia. Guedes sugeriu que servidores ficassem pelo menos durante um ano e meio sem exigir reajuste salarial. Ocorre que há mais de três anos a maioria dos servidores do Executivo já está com seus salários congelados. Mas o ministro não parou aí. Para justificar seu apelo, Guedes disse que servidores não podem 'ficar em casa trancados com geladeira cheia e assistindo a crise enquanto milhões de brasileiros estão perdendo emprego'. A postura desrespeitosa de Guedes promove a mesma indignação entre a categoria quando o ministro comparou servidores a "parasitas". Enquanto isso servidores se desdobram entre o trabalho em home office e aqueles da linha de frente onde a contaminação por Covid-19 já aumentou 72%.
A Condsef/Fenadsef alerta para os riscos desse discurso que não só desrepeita o trabalho de milhões de servidores, como reforça a narrativa do servidor privilegiado que esse governo quer vender para a sociedade. "Sabemos que há a intenção de usar a pandemia para forçar a aprovação de reformas de desmonte do Estado brasileiro que esse governo desde que teve início está promovendo, atacando servidores e desmontando setores essenciais para a população", resume Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da entidade. "Continuamos alertando que esse discurso segue na contramão de tudo que é necessário para que o Brasil possa sair fortalecido dessa grave crise. Não é atacando servidores e serviços públicos que Paulo Guedes vai conseguir isso", acrescenta.
Em resposta, a Confederação sugere ao ministro que interrompa o pagamento de juros da dívida pública, taxe grandes fortunas e revogue imediatamente a Emenda Constitucional (EC) 95/16, do teto de gastos, que congela investimentos públicos por 20 anos. "Há outros caminhos. O ataque aos serviços públicos, podemos assegurar, é o pior deles", pontua o secretário-geral.
Essencial é todo serviço público
Para debater esses assuntos, a Condsef/Fenadsef promove nessa quinta-feira, 30, uma live com participação do Diap e do Dieese. O tema será "Essencial é todo serviço público" que também fará parte de uma ampla campanha de diálogo com a sociedade. No dia 1o de maio, Dia do Trabalho, que será histórico, a entidade também vai integrar todas as ações online promovidas por centrais sindicais, incluindo a CUT. "Nosso objetivo é ampliar a luta de toda classe trabalhadora e promover o fortalecimento de nossa unidade nas redes, pois assim que passar o período que nos exige isolamento social temos que estar preparados a defender nossos direitos", reforçou Sérgio Ronaldo. "Se já existia uma pressão grande por reformas que atacam o setor público, vão ampliar os ataques sob pretexto dos efeitos promovidos pela pandemia. Seguimos na defesa do fortalecimento do Estado e da garantia de serviços públicos de qualidade para a população brasileira", alerta.