Cresce a pressão nos órgãos do Executivo federal pelo fim do home office instituído por conta da pandemia da Covid-19. Além das recentes convocações dos Ministérios da Cidadania e do Turismo para o retorno aos trabalhos presenciais, há um grupo de estudos, composto pela Casa Civil, o Ministério da Saúde e a Secretaria de Gestão de Pessoas do Ministério da Economia, que avalia os parâmetros para uma medida mais ampla, que abarcaria mais órgãos da Administração.
Frente a esta pressão, instâncias representativas dos servidores reagiram. Em nota divulgada na última quarta-feira, 13, a Articulação Nacional das Carreiras Públicas para o Desenvolvimento Sustentável (Arca) lamentou o fato de que o país, enquanto “se transforma no epicentro” da contaminação pelo novo Coronavírus, anda na “contramão” das recomendações de autoridades de saúde e especialistas.
“Ressaltamos que a insistência do trabalho presencial coloca em risco a saúde dos próprios indivíduos, ameaça a capacidade operacional do Estado e ainda poderá gerar aglomeração nos transportes públicos e locais de alimentação, dentre outros”, alerta trecho da nota.
E a discussão deve chegar à Justiça, caso não haja um recuo por parte do governo. Em entrevista ao Estadão, o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, destacou que os servidores "vão para o Judiciário levar os argumentos técnicos da Organização Mundial de Saúde e da Fiocruz".
Marques ainda criticou a dificuldade de se estabelecer um diálogo profícuo junto à Secretaria Especial do Ministério da Economia, uma vez que o próprio chefe do Executivo defende o afrouxamento das restrições à circulação de pessoas. “O presidente está forçando o caráter simbólico do retorno. Ele quer dizer que está tudo normal e não tem motivo para não voltar frequentar o trabalho, estádios, shoppings”.
Com informações: O Estado de São Paulo e Blog do Vicente (Correio Braziliense)